A garrafa e o menino - Vencedor Pela Palavra

A garrafa e o menino

Publicado em 7 de dez. de 2020

A garrafa e o menino


A garrafa e o menino

Dona Flores, mãe do menino Tuca, disse: "Filho, pegue algumas garrafas e vá comprar suco para nós."

O menino Tuca, obediente que era, logo pegou as garrafas e foi comprar os sucos. Mas uma das garrafas era diferenciada, toda robusta, com uma tampa que chamava atenção e, quem a olhava, com toda certeza, a cobiçava.

Quando Tuca chegou na feira, pôs as garrafas no chão e, ingenuamente, afastou-se delas, indo a outro lugar fazer algo. Quando voltou teve uma surpresa: a sua tão linda e cobiçada garrafa já não estava mais entre as demais que levara.

Foi então que, olhando ao redor, viu homens que o encaravam com olhares que transmitiam ira. Tais homens estavam pensando: "Se ele falar alguma coisa e requerer a sua garrafa, matamos ele!".

Parece que Tuca leu os seus pensamentos e, mantendo a calma, teve uma atitude tranquila, enchendo as demais garrafas com o suco. Isso fez com que aqueles que queriam matá-lo desviassem o furor e esquecessem dele, pelo menos, temporariamente.

Mas Tuca era decidido. Não tirava de sua mente o fato de pegar sua tão preciosa garrafa novamente. Ele pensava: "Ninguém vai me fazer de bobo!" E foi justamente o que aconteceu: aqueles homens se distrairam, e Tuca viu sua garrafa debaixo de uma lona aonde tinham escondido.

Não perdendo mais tempo, pegou sua garrafa, a encheu com o suco e saiu rapidamente daquele lugar, pois sabia que corria perigo. Sua mãe, no entanto, nem imaginara tamanha confusão. Mas a missão foi cumprida: Dona Flores teve o seu suco para a hora do almoço.

Passados alguns dias, andando de bicicleta pela redondeza, um dos capangas o avistou, reconhecendo-o, e gritou: "Nós vamos te matar!" No mesmo instante o homem passou uma mensagem pelo rádio comunicador para os demais comparsas também pegá-lo.

Tuca, com o coração na garganta, suando frio e pedalando todo desesperado, fugiu deles, escondendo-se num lugar aonde não pudessem localizá-lo. E ali ficou até que fosse para casa.

O triste fim da história de Tuca é que ele passou a ser perseguido, procurado, ficando escondido dentro de casa, perdendo a liberdade que outrora tivera, com medo das pessoas e vivendo seus dias infeliz. Tudo isto porque pôs o seu coração naquilo que é terreno e passageiro, perdendo sua paz.

Jesus certa vez disse no livro de Mateus 6.19-21: "Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração".

As "garrafas" que temos, são na verdade, tudo aquilo que possuímos, que é perecível, passageiro e com duração limitada. Sua vida vale bem mais que coisas materiais. Não perca sua paz porque te passaram a perna e pegaram o que lhe pertencia. Coisas materiais trabalhamos para novamente consegui-las, mas a nossa paz e nossa vida são inegociáveis.

Outro exemplo que Jesus nos deixa está escrito no livro de Mateus 5.38-40 que diz: "Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mau; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa".

O exemplo de Tuca nos ensina que pode ser difícil lidar com um sentimento de perda, mas neste caso, perca pra ganhar vida; pois aquele que briga por coisas terrenas, poderá ser ferido e morto pelo mesmo motivo. Mas o que tem os seus olhos postos no céu, sabe que tem uma pátria gloriosa, mui excelente às da terra, tendo um Pai supridor, provedor e abençoador. Não perca sua paz!